domingo, 1 de maio de 2011

Com muita pancadaria e sangue, novo "Mortal Kombat" é diversão garantida

“Mortal Kombat” não é um game para todos. Isso ficou claro para mim desde que recebi uma cópia para review do mais novo capítulo da famosa franquia de luta, lançado nesta semana no Brasil para os consoles Xbox 360 e PS3. Enquanto alguns editores da redação não sabiam diferenciar o personagem Smoke de Noob Saibot, outros conheciam todos os filmes, programas de TV e livros (!) sobre o jogo. Baldes de sangue, os violentos “Fatalities” e o tamanho exagerado dos seios das personagens femininas enojam muitas pessoas, enquanto a carnificina exagerada do game apenas faz seus fãs se divertirem. De muitas maneiras, “MK” continua sendo a mesma franquia divisora de opiniões que era quando o título original chegou aos arcades há mais de 20 anos. Mas no final do dia, esse novo game conseguiu ser a experiência mais divertida que tive com um jogo de luta desde “Street Fighter IV”.
Parece incrível, mas os maiores fãs se mantiverem fiéis à série durante todo esse tempo. Mesmo quando os games começaram a perder seu impacto; mesmo quando a franquia de filmes foi detonada (obrigado “MK: Annhilation”); e até mesmo quando a equipe de desenvolvimento do jogo original se separou, eles continuaram lá, apoiando os lançamentos cada vez mais ridículos. Para eles, esse novo “Mortal Kombat” é um presente dos deuses, um oásis em meio a um deserto de mediocridade, e um retorno à forma que honestamente não poderia ter vindo em melhor hora.
novomk01.jpgSe o nome não te deu uma dica, “Mortal Kombat” – intitulado exatamente como o game original – está entrando na onda de “vamos fazer reboot de tudo”. Da mesma forma que filmes como “Rambo, “Velozes e Furiosos” e “Star Trek”, o novo capítulo de “MK” é uma “sequência que não é realmente uma sequência”, revivendo uma franquia envelhecida como uma nova imagem brilhante. Com essa fórmula no lugar, o modo de história principal do novo título começa com o final de “MK: Armageddon”. Raiden, prestes a morrer nas mãos de Shao Khan, envia uma mensagem para o passado, alertando seu “eu mais jovem” para impedir os eventos que levarão a destruição de Earthrealm. À medida que a trama volta para o início do torneio Mortal Kombat original, o agora onisciente Raiden tenta mudar a história para evitar que seu futuro alternativo acabe da mesma forma.
 Novo game capricha no sistema de combate
De um ponto de vista narrativo, o novo game faz algo inteiramente diferente, uma vez que esse modo história essencialmente atua como a linha do tempo “fundamental” para o jogo. Dito isso, a trama é tão ridícula e desnecessariamente enrolada como em qualquer outro título da série. Mas é realmente interessante ver a franquia ser revisitada desta maneira. Colocando de maneira simples, é um pouco mais do que uma série de lutas separadas por cutscenes, com a história dividida em atos – cada um focando em um único personagem principal por vez. Levei cerca de cinco horas para jogá-lo, e o game te dá uma rasteira de vez em quando com uma luta em desvantagem ou batalha com chefe. De longe, a última luta de chefe é a pior, e o jogo não facilita em nada a situação.
A maior parte da dublagem é risivelmente ruim (as legendas em português também têm recebido críticas, tanto por termos estranhos quanto por erros de gramática), completada com vários clichês da história e péssimas frases de efeito, mas definitivamente há um pouco de diversão misturada nesse completo absurdo. No entanto, por mais “bregas” que as coisas possam ficar, nada no jogo realmente parece abarrotado ou mal feito – com exceção das telas de carregamento com ilustrações dos personagens, que possuem um aspecto amador. Mesmo assim, a apresentação se sai bem, apesar de algumas coisas terem sido tristemente cortadas, como a lista de personagens disponíveis.
Mais ainda, todo jogo de “Mortal Kombat” lançado desde “MK2” possuía um problema em comum: ser visualmente distinto, mas não excepcionalmente refinado. No novo game isso não acontece. Desde o início a atenção extra aos gráficos é notável e impressionante. Cada lutador possui um modelo 3D refinado e atraente e que rivaliza com a atenção aos detalhes normalmente vista em títulos rivais como “Tekken” e “Virtua Fighter”. Quando seu guerreiro é ferido na luta, suas roupas rasgam, seus machucados incham, o sangue jorra feito água e a própria carne começa a descolar dos ossos.

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