domingo, 6 de março de 2011

Suprema Corte pode banir videogames violentos para menores na Califórnia

Antes de comprar quaisquer jogos para o Wii ou baixar aplicativos no iPhone para suas duas filhas, Lillian Quintero faz seu dever de casa. Primeiro ela lerá análises online e em revistas, e depois os testará. Se ela achar que os jogos são envolventes e educativos o suficiente, Isabella e Sophia - de dois e quatro anos de idade - estão livres para jogar.
- Sei que haverá um momento em que elas mesmas obterão estas coisas - diz a mãe de 35 anos em Long Beach, Califórnia - Não estaremos lá para monitorar tudo. É por isso que a coisa mais importante é a comunicação, inspirar moral e valores nelas e ajudá-las a entenderem certos limites. Você só consegue fazer isso até certo ponto.
Quintero e seu marido, Jorge, são alguns dos pais que apoiam uma lei da Califórnia que procura banir a venda e aluguel de jogos violentos a crianças. A lei, que quicou pelo sistema legal como uma partida de "Pong" desde que o governador Arnold Schwarzenegger a assinou pela primeira vez em 2005, foi declarada inconstitucional no ano passado pelo 9th U.S. Circuit Court of Appeals em San Francisco.

A Suprema Corte dos EUA ouvirá na terça-feira os argumentos sobre a decisão da corte federal para eliminar o banimento da lei da Califórnia contra jogos violentos, marcando a primeira vez em que um caso envolvendo o meio interativo propriamente dito correu atrás da Suprema Corte. É outro sinal de que a indústria de US$ 20 bilhões ao ano, há muito considerada apenas uma brincadeira de criança, já cresceu.
A medida da Califórnia teria regulado os jogos mais como pornografia do que como filmes, proibindo a venda ou aluguel de jogos que dessem aos jogadores a opção de "matar, aleijar, desmembrar ou atacar sexualmente a imagem de um ser humano" a qualquer um abaixo dos 18 anos. Apenas o varejo seria multado em valores até US$ 1 mil por infração.
A corte federal diz que a lei violou os direitos constitucionais dos menores sob a Primeira e Décima-Quarta emenda e faltou ao estado prova o suficiente para provar que jogos violentos causam dano físico e psicológico aos menores. Tribunais em outros seis estados, incluindo Michigan e Illinois, chegaram a conclusões similares, derrubando banimentos paralelos de jogos violentos.
Sob a lei da Califórnia, apenas adultos poderiam comprar jogos como "Postal 2", o jogo de tiro em primeira pessoa da desenvolvedora Running With Scissors que inclui a habilidade de tacara fogo em transeuntes desarmados, e "Grand Theft Auto IV", o popular jogo de tiro em terceira pessoa da Rockstar Games que permite aos jogadores interpretarem bandidos armados e ladrões de carro.
Os Quinteros, como grande parte dos que apóiam, acreditam que a lei protegerá crianças de comprarem tais títulos violentos, enquanto jogadores e defensores da liberdade de expressão acham que o banimento da Califórnia poderia levar à regulação do conteúdo de jogos e outras mídias. No entanto, todos concordam que o meio graficamente rico mudou muito das partidas de tênis da era 8-bit.

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