quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Bomberman

Existem séries que jamais conseguiram ser bem sucedidas mudando a forma com a qual foram consagradas. “Bomberman” é um desses casos e, diga-se de passagem, ainda bem! Desde a distante “década de ouro”, em 1983, quando chegou foi lançado para computadores no Japão, até sua chegada e definitiva popularização no Nintendinho (NES), em 1985, e atravessando duas décadas o game permanece inalterado em sua essência.

Provando que explodir coisas não é uma “diversão” irrestrita aos homens-bomba que tanto vemos nos veículos de informação, a Hudson Soft lançou “Bomberman”, um dos grandes clássicos da década e um dos títulos mais criativos da história. Com uma fórmula bastante característica, a série teve títulos para quase todos os consoles líderes de venda desde então (exceto o primeiro Xbox).

“Bomberman” é uma mescla entre a necessidade do raciocínio rápido presente nos puzzles (quebra-cabeças), o calculo e o critério dos games de estratégia e as explosões e emoção de fugir dos rastros de fogo e derrubar inimigo por inimigo, que só o gênero de ação oferece de forma autêntica. A junção de tantos elementos disformes rendeu grande parte do charme que envolve o título e formou a base de toda a série (com raras exceções).

Os ares de aventura também são outro ponto interessante da série, com aquela mística de desbravar novos cenários e desvendar novos segredos. Mesmo com as histórias que aparecem desde “Bomberman II”, lançado em 1991 para NES, a franquia dificilmente conseguiu prender o foco para sua história, apesar de todo o espaço para criar um bom enredo para o protagonista, conhecido como White Bomberman.
Toda a proposta do game tem a premissa quase primitiva de derrotar os rivais a qualquer custo. Para isso, o jogador conta com um arsenal de bombas temporizadas que devem ser inseridas nas colunas e cantos da tela, até que os inimigos sejam explodidos. Apesar de parecer simples, derrotar os rivais exige boas doses de concentração e planejamento, que acontecem de forma natural na partida, quase como no xadrez (guardadas as devidas proporções).

O jogo possui toda uma apresentação inspirada nos animes e mangas, clássicos do Japão, com muitas cores fortes, primárias e chapadas. A atmosfera presente em “Bomberman” sempre vai remeter ao mundo infantil. É difícil conter a nostalgia dos marmanjos que cresceram explodindo bombas – e nem por isso se tornaram terroristas – sentimento que pode ser compartilhado até pelos mais novos jogadores, que não viveram e jogaram os primeiros títulos da série.

Apesar do enorme sucesso do carismático White Bomberman e seus companheiros de tela, a Hudson sempre tentou reinterpretar a série, coisa que no futuro culminaria em “Bomberman: Act Zero”, uma visão completamente “Blade Runner” (filme de 1982) do universo infantilizado e colorido presente em toda série. Lançado com exclusividade para XBox 360, “Act Zero” não agradou jogadores hardcore e, menos ainda os antigos fãs da série, que aclamavam as características originais da série.
“Bomberman” também se destaca pelo seu apelo extremamente familiar, que nos games futuros só foram adicionados de novos opcionais. A possibilidade de jogar em quatro jogadores e os itens disponíveis para criar campeonatos e competições, algo completamente característico da série. Com partidas rápidas, os embates não se tornavam maçantes para quem aguardava sua vez de jogar.

Outro ponto que naturalmente evoluiu com a tecnologia e foi se tornando parte cada vez mais marcante da franquia é a parte sonora. As músicas são quase incidentais, inclusive tocando mais rápidas quando o jogador recebe um alerta de “Hurry!” (cada batalha dura cinco minutos e ao acabar o tempo, todos os jogadores presentes na tela morrem de forma súbita). Os efeitos sonoros também colaboram para atmosfera de animação nipônica da série.

É definitivamente um game para ser jogado com amigos, pai, mãe, irmãos, namorada (o), todos juntos, afinal, o modo de batalha é o que torna “Bomberman” um clássico. Para jogá-lo não é necessário se preocupar com qual versão escolher, pois a essência permanece inalterada, o objetivo é sempre o mesmo, basta escolher entre “Live”, “Blast” ou “Ultra”, respectivamente para 360, Wii e PS3, ou aguardar pelo “Live: Battlefest”, que será lançado para os três

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